Conservação de animais em meio seco
Partindo da questão "Como são conservados os animais de uma coleção?", iremos dar ênfase em uma das técnicas básicas mencionada aqui anteriormente: a conservação de animais em meio seco.
A preparação para conservação por meio seco, preocupa-se, principalmente, com a morfologia externa do animal, ao passo que na conservação em meio líquido, a forma do animal possui um valor muito relativo. Por exemplo, um pombo taxidermizado traz um grande interesse para o estudante, pesquisador ou até mesmo um leigo que dessa maneira podem observar o número de dedos, o formato dos olhos e do bico do animal e mais alguns detalhes de seu corpo.

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A taxidermia é um processo que retrata os animais que antes eram vistos somente na natureza, em mídias, livros ou em zoológicos, trazendo-os para dentro da sala de aula ou ambiente de laboratório, permitindo assim com que os alunos tenham um contato direto com os exemplares. Essa técnica a seco é oriunda dos processos de mumificação egípcia, sendo um dos recursos utilizados para conservação de animais mortos em museus didáticos e de pesquisa. A conservação de animais taxidermizados, tem um papel importante para a biologia e para a educação ambiental, pois permite o estudo das espécies, a reprodução das suas características e também a conservação de animais que entraram em extinção.
De modo geral a taxidermia segue as seguintes operações:
- A remoção da pele, que deve estar livre dos músculos, nervos, vasos e tendões aderentes. Durante esse processo podem ser usadas substâncias aderentes que retém os líquidos corporais e deixam a pele seca, para isso a pele é toda tratada com serragem ou fubá;
- Depois a pele é tratada com substâncias preservadoras que oferece maior consistência e resistência contra o ataque de insetos e fungos;
- Quando for o caso, pode-se embalsamar o exemplar, buscando apresentação estética e uniforme através do preenchimento dos orifícios naturais do animal com algodão.
Esse tipo de conservação costuma agradar aos alunos, mas é necessário que a preparação tenha vida. Assim, a técnica moderna de taxidermia, aconselha que nos mostruários de um museu, seja empregado o método de exibição do habitat. Ou seja, não basta somente o animal empalhado, sobre uma madeira e fechado num armário, é necessário também certa cenografia do habitat do animal. Assim, na formação de uma coleção são de grande interesse as coleções de ninhos e ovos, principalmente dos animais mais comuns. É indicado, também que façam parte do museu às diversas substâncias fabricadas pelos insetos como, por exemplo, a cera, o mel, a noz de galha.
Já com os invertebrados, uma parcela considerável dos artrópodes, principalmente insetos, também preservam-se a seco. Dependendo da resistência do corpo e dos apêndices corporais, os insetos são preservados espetados em alfinetes entomológicos ou colados a triângulos de cartolina (espécimes resistentes) ou inseridos em envelopes de papel transparente partes do corpo ou apêndices frágeis (PAPAVERO, 1994).
Nesse sentido, é uma maneira de eternizar espécies, principalmente aquelas que correm risco de extinção, como um legado para o conhecimento humano e para a compreensão da vida na Terra.
Por: Karen Xavier* / Revisão: Kamila Barros**.
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Referência: PAPAVERO, Nelson. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica: coleções, bibliografia, nomenclatura. São Paulo: UNESP, 1994.
*Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, Campus VI - Caetité. Voluntária do Projeto de Extensão 'Digitalização da coleção zoológica didática do LABEA como contribuição ao ensino remoto e divulgação científica'.
**Professora da Universidade do Estado da Bahia, Campus VI - Caetité. Graduada em Ciências Biológicas (2005) e Pós-Graduada em Zoologia (2009), com ênfase em Zoologia Aplicada, pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Coordena o Projeto de Extensão 'Digitalização da coleção zoológica didática do LABEA como contribuição ao ensino remoto e divulgação científica'.
